sábado, 26 de fevereiro de 2011

And the Oscar goes to...

Vamos ser sinceros. O Oscar não vale nada. Pelo menos para mim ou qualquer cinéfilo com o mínimo de noção. É um prêmio comprado pelo marketing, lobby e lado mais pobre e comercial da indústria do cinema. Não tem nada a ver com arte, nunca teve e nem terá. É um jogo de cartas (quase sempre) marcadas que diz muito sobre a velha dicotomia Arte X Comércio. Adorno e todos os frankfurtianos devem ter orgasmos assistindo ao Oscar diretamente de seus túmulos, porque o prêmio serve como uma ótima metáfora para um bocado de ideias desse grupo que criou a alcunha "indústria cultural" e é motivo de pesadelo para um monte de aluno dos cursos de comunicação.

Mas teorias à parte, o Oscar é fun, entretenimento, tapete vermelho, vestidos ridículos, discursos babacas, sangue, suor e lágrimas. Então mesmo não fazendo o menor sentido, nós (ok, pelo menos eu), perdemos, e muito, do nosso tempo nos dedicando ao prêmio, seja lendo notícias sobre, fazendo apostas ou, o básico, simplesmente assistindo ao máximo de filmes indicados possível. Entre o jogo da indústria e toda a máscara de prêmio artístico, eu me divirto e meus filmes preferidos nunca ganham, sequer são indicados às vezes.

Esse ano, por puro ócio e excesso de tempo (em pleno 2011, um crime que merece a pena capital) vi todos os 10 longas indicados a melhor filme. Abaixo, uma listinha de todos eles em minha (e só minha) ordem de preferência.

Toy Story 3 - Sim, o melhor filme do ano. E daí que ele é uma animação? Who cares? Eu, pelo menos, não! Coisa rara de acontecer, o fim de uma trilogia se transforma em um exemplo de como um filme pode ser dirigido, escrito e "interpretado". O resultado são risos e lágrimas; diversão para crianças, comoção para adultos.

A Rede Social - Sim, David Fincher sabe dirigir como ninguém e ganha respaldo com essa versão anos 2000 e virtual de "Wall Street". Com um roteiro (brilhante) que conduz toda a ação e edição, Fincher prova mais uma vez que é muito mais do um cineasta que começou dirgindo comerciais e videoclipes da Madonna. Cinema para adulto ver.

A Origem - Sim, o filme é um desses blockbusters recheados de cenas de ação, explosões, barulho e efeitos especiais. Mas Christopher Nolan sabe o que faz e constrói um quebra-cabeça barulhento e envolvente que mistura sonho, realidade, um grupo de ótimo atores e um roteiro que dá um nó (nem sempre desfeito) na cabeça do espectador.

O Discurso do Rei - Sim, o longa é convencional e caretinha e representa uma época em que filmes eram feitos para ganhar prêmios, com uma série de fórmulas prontas como uma receita de bolo. Mas não se pode negar que o filme sabe como reverter essas fórmulas a seu favor e não deixa de ser um exemplar de cinema classudo e envolvente.

127 Horas - Sim, Danny Boyle poderia muito bem parar de super dirigir e super editar seus trabalhos. Mas pelo menos o cineasta entende que, aqui, a estrela é seu ator principal, James Franco, que empresta seu carisma e talento para uma história de superação que emociona de verdade.

Cisne Negro - Sim, o filme não passa de um thriller disfarçado de estudo psicológico, algo que já vimos com mais propriedade em longas como "Repulsa ao Sexo" e "O Bêbe de Rosemary", ambos de Polasnki. Aqui, Darren Aronofsky usa todo seu costumeiro apuro estético para supervalorizar, por meio de imagens, sons e simbologias, uma trama batida e clichê.

O Vencedor - Sim, esse é mais um filme sobre boxe. Mas é também um longa sobre uma família disfuncional. E, mais ainda, uma produção sobre superação e redenção. O elenco e a honestidade de David O'Russell na direção o elevam a outro nível, envolvendo o espectador e o fazendo esquecer da banalidade da trama, baseada em uma história real.

Bravura Indômita - Sim, é mais um western e mais um filme dos irmãos Coen. Mas aqui os cineastas abraçam o esquema hollywoodiano de produção e entregam um produto mais comercial e palatável. Com um elenco competente em mãos e uma produção caprichada, a refilmagem de um clássico com John Wayne é cinema correto que não ofende ninguém.

Inverno da Alma - Sim, é um exemplar do cinema independente até dizer chega. Dirigido de forma crua e seca, o filme leva sua protagonista em uma viagem sem volta a um inferno povoado por 'white trash' americanos. O maior mérito do filme é mesmo a interpretação corajosa de Jennifer Lawrence, que empresta um pouco de alma a um longa sem coração.

Minha Mães, Meu Pai - Sim, lésbicas também choram, sofrem, traem e adotam crianças. Pelo menos é o que diz esse exercício de caretice que muita gente tem comprado como um filme moderno e para frente. Apesar do elenco competente, o filme nunca engrena e não traz absolutamente nada de novo. Mas não deixa de ser o exemplo perfeito de produção hipócrita que tanto agrada a Academia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A arte de se ver um filme ruim: Burlesque

Tenho pena de quem bate no peito e diz em voz alta que não assiste filme assim, filme assado, tal gênero, produção com aquele ator ou determinada atriz, fazendo uma série de restrições bobas. Esse povo que diz com orgulho que só assiste a filmes de arte, longas premiados e respaldados pela crítica, do Truffaut, Glauber Rocha ou em preto e branco. Gente que se limita e não sabe o quanto ver um filme ruim pode ser bom, até mesmo educativo.

É por isso que assisto a tudo, nem que seja para depois reclamar ou constatar que realmente determinado longa é ruim, que fulano não sabe atuar ou fulana faz sempre o mesmo papel, ou aquele gênero não me empolga de jeito nenhum. Se existe um campo no qual não tenho preconceitos, ou se os tenho, não os levo tão a sério, é o cinema. Assistir a filmes ruins também é uma arte e até aquela porcaria audiovisual mais desgraçada tem seu valor, nem que seja para fazer volume no seu repertório de imagens ou bagagem cultural. Sim, porque filme ruim também é cultura.

Dito isso, fui ver Burlesque no cinema. Peguei uma fila meio grande de um cinema de shopping em um sábado à noite, paguei um preço bem salgado, sentei do lado de uns malas que riam de qualquer besteira e ainda cantavam as músicas em voz alta. Mas fiz questão de ir. O filme é ruim? Claro que é e não há nenhuma surpresa nisso.

Ninguém assiste a um filme sobre uma garota do interior que se muda para a capital em busca de fama, sucesso e dinheiro, uma das tramas mais batidas e sem graça da existência, achando que vai ver uma obra-prima. Ainda mais se o longa em questão é a estreia da Christina Aguilera no cinema e traz a Cher a tiracolo.

Sim, "Burlesque" é mesmo uma bomba anunciada e faz vergonha. O que me leva a defender mais uma vez. A melhor parte de se ver um filme ruim é descobrir o porquê dele ser ruim, mesmo que as razões muitas vezes sejam óbvias. E "Burlesque" tem vários motivos para abraçar tal alcunha. Além da história baba e das péssimas atuações, o diretor Steven Antin se leva a sério demais, e o que poderia ser um cult trash cheio de ironia, como Showgilrs, de Paul Verhoeven, transforma-se em um musical chato e genérico que nunca empolga, um clone sem graça de Cabaret ou Chicago e mais um monte de musicais.

Os diálogos são vergonhosos, as situações as mais piegas e clichês e a narrativa convencional e quadradinha. Tudo isso poderia até ser perdoado se as sequências musicais valessem a pena, mas nem isso. As músicas são tão genéricas quanto qualquer canção pop sem graça de hoje em dia, e as cenas de dança e canto são apenas corretas, quando não tediosas. De burlesco mesmo, elas não têm nada, e a produção carece um pouco de sexy appeal. Tudo é filmado de forma muito limpinha e casta mais parecendo uma versão Disney de um universo que poderia ser bem mais interessante.

No quesito atuações, o filme também é um vexame só. Christina Aguilera não é sexy, não é atriz e muito menos cantora, apesar de ter, sim, um registro vocal marcante. No papel da tal garota do interior que quer ser cantora e dançarina, a falta de talento e carisma da moça para segurar um papel clichê é evidente e, na maior parte do filme, ela está apagada. Cher já foi uma boa atriz, ganhou Oscar e fez muita coisa bacana. Mas isso foi lá nos anos 1980. Hoje a cantora/atriz mal consegue mexer a boca depois de tanta cirurgia e sua participação em "Burlesque" é constrangedora e melancólica. O resto do elenco passa batido.

O resultado de tantos erros é um filme embaraçoso que nem como comédia involuntária funciona. Para piorar, o diretor alonga demais o troço e inventa um monte de tramas paralelas que vai deixando tudo mais chato e irritante. É Aguilera se envolvendo com dois homens aqui (um bonzinho, o outro não, claro). É Cher sofrendo pela possibilidade de perder seu clube noturno ali. É a inveja da ex-estrela em relação à nova acolá. Tudo misturado sem muito critério. Chega uma hora que dá nos nervos. Mas é educativo sim. Cinema ruim, às vezes, também pode ser bom. Esse não é o caso de "Burlesque", mas ainda assim, assistir ao filme não deixa de ser um aprendizado.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

Não sou fã do gênero western, nem posso afirmar que os irmãos Coen estejam entre meus cineastas favoritos, muito pelo contrário, não tenho muita paciência para eles. Mas não dá para negar que Bravura Indômita tenha seu valor. É um western digno, com todos os elementos que fizerem o sucesso do gênero: homens aparentemente brutos que demonstram ter coração, duelos e mais duelos, vingança, muito sol nascendo ao horizonte e mais um punhado de clichês.

Baseado em um livro já adaptado para o cinema em 1900 e antigamente e com John Wayne como protagonista, a história de uma garota de 14 anos que quer vingar a morte injusta do pai ganha uma nova roupagem com Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, a revelação Hailee Steinfeld e o tal apuro narrativo dos irmãos Coen por trás das câmeras.

É um filme elegante e bem produzido, filmado com o requinte habitual dos Coen depois que os cineastas deixaram de ser malditos e abraçaram o mainstream. Correto, "Bravura Indômita" funciona como uma produção de aventura, mas não deixa de ser um certo exagero indicá-lo para 10 Oscar. A fotografia é bonita, mas convencional. A direção de arte é correta, mas não deixa marcas. A atuação de Jeff Bridges é ok, mas não empolga (sua indicação a melhor ator parte mais de seu poder dentro do star system do que propriamente por merecimento). E por aí vaí.

Entre tiros e mortes, o filme demora um pouco a engrenar, mas vai ganhando força a medida em que a trama vai se desenvolvendo. Talvez o maior acerto desta adaptação dos Coen seja a opção dos cineastas não tentarem revolucionar um gênero que fez sua fama graças a vários elementos tradicionais. É aí que reside seu mérito. Único mérito.

O Discurso do Rei

Hoje em dia, em tempos de liquidez, pós-modernidade e mais um monte de conceito que não serve para nada, fazer um filme quadrado e convencional, sem querer revolucionar a linguagem cinematográfica, é quase um crime. Crime que O Discurso do Rei comete com louvor. Sim, é um filme de narrativa clássica, de enquadramentos convencionais, roteiro de estrutura tradicional, sem nenhuma pretensão estética, mas é um puta filme também.

A princípio, é mais uma história de superação, com lição de moral no final. Mas é feito de forma tão honesta e competente, que é difícil não se deixar levar. Fotografia e direção de arte no lugar, trilha musical edificante, direção precisa, atuações marcantes. De um lado, um quase-Rei gago; de outro, um terapeuta bem pouco convencional. Entre os dois, uma esposa que sofre com o sofrimento do marido, incapaz de falar sem causar um certo constrangimento.

Colin Firth não está melhor do que em A Single Man, mas ainda assim é um trabalho carismático e que tem seu valor. Geoffrey Rush deixa seu histrionismo de lado e entrega uma atuação comovente que aposta no olhar. O mesmo pode ser dito de Helena Boham Carter, que interpreta Elizabeth Mãe de modo sensível e contido.

O diretor Tom Hooper segue a cartilha dos filmes de época à risca e comanda o longa com certa delicadeza e um olhar apurado para ressaltar a emoção. A cena do discurso per si é um exemplo de direção e edição sutis. A mesma cena demonstra o poder de um veículo de comunicação hoje praticamente esquecido: o rádio. Os tempos são outros, mas nem a televisão, nem o cinema, muito menos a internet, com suas mil possibilidades, conseguem unir um país inteiro em torno de algo, um mero discurso que seja.

Pela nostalgia de uma época em que filmes convencionais e clássicos diziam mais e não eram recriminados por isso, "O Discurso do Rei" merece seu valor. Para alguns, pode representar um retrocesso. Mas quem disse que retroceder às vezes não pode ser bom?


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Vencedor

O cinemão americano tem toda uma tradição de filmes sobre boxe: "Rocky", "Touro Indomável", "O Campeão", "O Lutador" e mais uma penca de outros. O cinemão americano também tem toda uma tradição de filmes sobre famílias disfuncionais (ou seja, famílias em geral porque todas são problemáticas). Na atual linha do mundo pós-moderno, líquido, contemporâneo e das hibridações, O Vencedor junta as duas tradições e se sai muito bem.

De um lado, não foge muito às regras desse quase gênero povoado por personagens fracassados que usam o boxe como forma de superação/redenção. De outro, lança o foco em uma família cheia de problemas e diferenças, mas que se ama de um jeito que só seus membros conseguem entender.

Dirigido de forma convencional por David O'Russell (o que não deixa de ser surpreendente partindo do mesmo cineasta que deu ao mundo os estranhos "Três Reis" e "Huckabees - A Vida é uma Comédia"), "O Vencedor " é um dramão sem grandes novidades, mas que conquista por ser honesto em sua proposta. Apostando em uma narrativa simples, O'Russell abre espaço para que seu elenco brilhe e envolva o espectador, já que a falta de surpresas da história (baseada em fatos reais) poderia ser um defeito da produção.

Se a trama pode ser mapeada desde o início do filme, é seu competente elenco que eleva o nível do longa. Sim, "O Vencedor" pode não apresentar nada demais, pode não ter uma edição primorosa, como no caso de "Touro Indomável", mas é uma história comovente e que ganha ainda mais força graças às atuações de Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo e mais uma penca de atores que dão o sangue em papéis secundários.

É a partir da sinceridade do elenco e da própria condução de O'Russell, que opta por menos para dizer mais, que "O Vencedor" encanta. Quando a fatídica luta final chega, e o eterno fracassado se torna um vencedor, o espectador pouco se importa e abraça a emoção sincera do longa. Às vezes, seguir a cartilha à risca pode ser o melhor caminho cinematográfico. "O Vencedor" é a prova disso.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Darren Aronofsky não é um cineasta de concessões. Talvez por isso ele seja tão odiado e tão amado na mesma proporção. Cisne Negro, sua mais nova obra, parte do mesmo princípio de seus outros filmes ("Requiém para um Sonho" e "Fonte da Vida", para citar dois): o diretor joga os personagens em um labirinto de emoções sem volta e nunca permite que espectador fique em cima do muro.

Dito isso, Cisne Negro não deixa de ser um passo atrás na carreira do cineasta. Afastando-se do convencionalismo estético de "O Lutador", Aronofsky volta a tentar ousar novamente nesse belo exercício estilístico que mistura o universo do balé ao dos thrillers psicológicos. É nessa mistura que o filme perde um pouco de impacto, porque todo o apuro estético do longa esvai-se na obviedade da trama.

No fundo, mesmo com toda a pompa que demonstra na tela, seja por meio de movimentos de câmera precisos e de uma encenação elegante, seja no desnudamento psicológico da protagonista (vivida com intensidade por Natalie Portman), "Cisne Negro" não se afasta ou difere nem um pouco de produções B como "Mulher Solteira Procura" ou "A Mão que Balança o Berço", por exemplo.

Se existe alguma diferença é que a protagonista não enfrenta nenhuma vilã perturbada, mas a si mesma. A lógica entre as produções, no entanto, é a mesma, e o suspense surge todo a partir da relação entre a "boa moça" e sua luta contra "a vilã". Ou seja, aqui, entre a versão inocente e ingênua da bailarina e sua contra-parte dúbia e insana. Na ânsia de emular as regras de um gênero por si só desgastado, Aronofsky peca, no entanto, ao apenas reproduzir a fórmula dando-lhe uma roupagem mais estilizada, mas sem nunca realmente abraçar o gênero que de certa forma homenageia.

Ainda que ouse ao falar e mostrar abertamente a tensão sexual que circunda a trama, Aronofsky falha ao não esconder que o luxo estético tenta, na verdade, acobertar a simplicidade narrativa e a falta de sutileza do roteiro. Em nenhum momento, por exemplo, o espectador tem dúvidas sobre a natureza realista ou fantasiosa das situações vividas pela bailarina interpretada por Portman. Se o jogo de surpresas não existe, resta a Aronofsky mergulhar o filme em um estado de tensão audiovisual estabelecido pela fotografia, edição e trilha sonora opressoras.

É justamente nesse apuro visual e sonoro que Cisne Negro vai buscar forças para não ser um mero remix de "A Malvada" com "O Bebê de Rosemary", influencias gritantes no novo trabalho de Aronofsky. Junte-se a isso a entrega de Natalie Portman, que consegue uma interpretação intensa mesmo mergulhada em um personagem chapado e unidimensional, aí chegamos ao que realmente interessa em "Cisne Negro": a opção de Aronofsky em sustentar o filme inteiro na atuação da atriz (muito bem amparada por Mila Kunis, Barbara Hershey e Winona Ryder).

Entre uma certa frieza que torna "Cisne Negro" um filme cerebral demais e bem pouco emocional, é na atuação de Portman que reside todo o coração do longa, revelado por uma explosão sensorial de imagens e sons na catarse fílmica da sequência final. "Cisne Negro" é, assim, um filme fácil de ser apreciado e representa, por um lado, um salto de maturidade técnica para Aronofsky, aqui dirigindo de modo mais classudo e detalhista e compondo imagens repletas de simbolismo, o que, de certa forma, justifica o deslumbre que o longa causa. Mas, por outro, em uma análise mais aprofundada, o cineasta ainda demonstra ser totalmente dependente desses mesmos recursos audiovisuais e das imagens milimetricamente arquitetadas para manipular os sentidos do filme, nunca de modo sutil.

Dessa forma, "Cisne Negro" chega ao fim deixando uma incômoda sensação de que não passa de muito barulho por nada, nunca chegando a ser a obra visionária tão anunciada. É um trabalho instigante e, com certeza, fica na memória. Mas também não deixa de parecer com glacê de bolo: muito bonito de se ver (e, aqui, ouvir), mas totalmente sem gosto.