segunda-feira, 16 de junho de 2014

Netflix: filmes ruins

 
Como Você Sabe – Típico filme que tinha tudo para dar certo, mas morreu na praia. Dirigido e escrito por James L. Brooks, responsável pelos ótimos “Laços de Ternura” e “Melhor é Impossível”, e estrelado por um elenco interessante e eclético (Reese Witherspoon, Paul Rudd, Owen Wilson e Jack Nicholson), “Como Você Sabe” é o melhor exemplo de como as coisas em Hollywood podem dar errado. Longo e sem graça, a produção não tem história nenhuma, os personagens não fazem o menor sentido, e a química entre os atores é inexistente. Na teoria, é uma dramédia com toques da comédia romântica; na prática, é uma tragédia grega de grandes proporções. Fazendo um resumão, Reese Whiterspoon é uma mulher em crise profissional que se divide entre dois homens, com Jack Nicholson se despedindo do cinema em um papel lastimável. No papel, até parecer ser interessante; na tela, mal dá pra entender o que está acontecendo.

O Mordomo da Casa Branca – Sabe-se lá Deus por que, mas esse filme foi bastante elogiado nos Estados Unidos e rendeu mais de US$ 100 milhões na bilheteria. A produção é um passeio pela história recente do País visto pelos olhos sem graça de um mordomo que trabalhou mais de 20 anos na Casa Branca e serviu diversos presidentes (Eisenhower, Kennedy, Johnson, Nixon, Reagan). Burocrático e cheio de elipses, o filme não é nada revelador e apenas demonstra a total incompetência de Lee Daniels como cineasta (o rapaz é responsável pelo exagerado e supervalorizado “Preciosa” e pelo horroroso “Obsessão”, cujo maior mérito é colocar Nicole Kidman para fazer xixi no Zac Efron). Entre um acontecimento histórico e outro, acompanhamos o drama da família do mordomo: a mulher alcoólatra que o trai com o vizinho (Oprah Winfrey tentando fingir ser boa atriz) e o filho rebelde que resolve seguir o caminho da luta ao invés da postura conformismo do pai. Para enterrar tudo, o filme é chato, lento, a dramaticidade é nula, os diálogos são vergonhosos, e a coisa mais marcante da produção é o festival de caracterizações equivocadas. Forest Whitaker ganha fácil o prêmio de pior ator no papel mais banana.

Viajar é PrecisoPaul Rudd e Jennifer Aniston já provaram ter química juntos no ótimo, fofo e simpático “A Razão do Meu Afeto”. Nessa suposta comédia sem a menor graça, nem mesmo a química entre o casal se salva. Os dois interpretam um casal nova-iorquino que perde tudo logo no começo do filme e acaba, por acaso, em uma comunidade hippie no meio do nada. A trama é sem graça, os personagens são o mais puro clichê (os coadjuvantes são em sua grande maioria insuportáveis) e nada faz muito sentido na tela.  O que mais chama a atenção no filme são o botox e o bronzeamento artificial de uma Jennifer Aniston mal aproveitada e fotografada. Uma das piores coisas que já vi (e olha que já vi muitas).

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Cinema: Pílulas

  
Malévola: Da nova tendência hollywoodiana de adaptar contos de fadas/filmes infantis e transformá-los em produções mais adultas e violentas (“Alice no País das Maravilhas”, “Branca de Neve e o Caçador”, “Oz – Mágico e Poderoso”), esse “Malévola” é o melhorzinho. Não que isso signifique muito. Inundado por efeitos especiais e sem muito estofo narrativo, o grande mérito desse novo longa é o tom feminista e a abordagem um tanto subversiva (pelo menos em termos de Disney) de uma história muito bem enraizada no imaginário coletivo. Outro ponto positivo é o uso da imagem da superstar Angelina Jolie, uma das maiores estrelas do cinema mundial e dona de uma filmografia de fazer vergonha. Mesmo não sendo uma grande atriz, Jolie tem talento e carisma e carrega o longa praticamente sozinha. A melhor coisa do filme, no entanto, é mesmo o figurino e a caracterização da atriz.

No Limite do Amanhã: Tom Cruise já passou dos 50 e há tempos não protagoniza um filme de grande sucesso. Mas essa nova incursão do astro no gênero da ficção científica (ele já provou que se dá muito com o gênero nos anteriores "Minority Report", "Guerra dos Mundos" e "Oblivion") prova que ele ainda é capaz de segurar um longa sozinho. Seguindo a proposta “repetitiva” de produções como “Feitiço do Tempo” e “Contra o Tempo”, o novo trabalho de Doug Liman (“A Identidade Bourne” e “Sr & Sra Smith”) acerta ao colocar o ator no papel de um herói involuntário, misturando belas cenas de ação, humor na medida e uma trama que começa meio sem jeito, mas ganha força graças à mão firme do diretor e ao carisma de Cruise (muito bem acompanhado por Emily Blunt). O final é um tanto confuso e tem a boa e velha concessão hollywoodiana ao happy end, mas é de longe o melhor trabalho de Cruise em tempos.

A Culpa é das Estrelas: Esse é o típico filme que tinha tudo para dar errado. É baseado em um best-seller de qualidade duvidosa e dirigido por um qualquer sem grandes referências (Josh Boone). E é igual a tantos outros longas açucarados sobre casais apaixonados que têm que lidar com uma doença terminal (de cara já lembro de “Doce Novembro” e “Outono em Nova York”). Mas a sorte da produção e do público é que “A Culpa é das Estrelas” é protagonizado por dois ótimos novos atores que dão conta do recado. Shailene Woodley e Ansel Elgort são lindos, ótimos, cheios de química e têm o poder de transformar uma trama clichê e melosa em um filme fofo e totalmente assistível. Ela traz simpatia e honestidade ao papel da mocinha que sofre de um câncer terminal. Ele é dono de uma espontaneidade impressionante e que conquista a plateia logo de cara. Graças aos dois, a direção pouco inspirada de Boone e a narrativa um tanto arrastada são devidamente esquecidas.  Não me fez chorar litros como outros “filmes de câncer” (“Laços de Família”, “As Filhas de Marvin” e “Lado a Lado” são campeões de lágrimas), mas é uma produção bem decente e que vai além da classificação “filme adolescente feito apenas para chorar”.